terça-feira, 16 de setembro de 2008

Jornalista, o segundo Deus, segundo alguns

A experiência na redação por si somente tem sido uma coisa boa, afinal, aprender nunca é demais. Mas vou guardar passagens muito especiais. Embora deva admitir que vez em quando é bom usar a pose e o (pseudo) poder que as pessoas de comunicação exalam junto com o perfume ou suor. Penso até que muito mais suor e pose. Fato é que tenho feito muito trabalho na rua essas duas semanas, feito cobertura de um protesto atrás do outro. Cobri duas ocupações do MST e uma reivindicação de médicos do Estado. Esta mais branda, afinal eram todos doutores, não iriam baixar o nível com palavras de ordem, gritos e coisas do gênero. Uma meia-dúzia de doutores muito bem vestidos e bem alimentados com megafone em frente à sede do poder administrativo do Estado.

As outras duas, caros amigos, devo confessar com todo o fracasso que a tal imparcialidade jornalística me permite, MUITO MAIS APAIXONADA! E, por assim o ser, devo também dizer que quando essa massa oprimida em becos, vielas e barracos resolver sair, de verdade, não sobrará uma só pedrinha... Sem querer ser catastrófica, mas já parecendo, eles brigam, olham no olho, enfrentam. A última, nessa segunda-feira, foi uma ocupação no Lobato, bairro já castigado pela marginalização da sociedade, como qualquer outro aqui do Subúrbio. A polícia chegou armada, sem querer muita conversa. Preciso dizer também que levei um susto como ainda não tinha acontecido. Afinal, não me dei conta desse tipo de perigo quando peguei o canudo.

Mas, exposições à parte, tomei gosto. Resolvi também mostrar minha arma: uma câmera fotográfica! Do meio daquela gente sai uma magrela, baixinha. Pois lá estavam a pose e o suor personificados (nessa situação foi muito mais suor)... Saquei a “bixinha” e fiz uns disparos. E não é que, pelo sim, pelo não, funcionou? Longe de mim achar que intimidei alguém, mas contra qualquer imagem mais violenta, difícil seriam os argumentos.

Foi interessante. Foi emocionante também receber abraços e agradecimentos das pessoas dali, como se tivesse mesmo poder para resolver seus problemas. Não vou ser hipócrita a ponto de dizer que estamos na mesma situação, mas na hora da balança, não teria dúvidas em escolher um lado.

2 comentários:

Anônimo disse...

Sou uma admiradora das palavras por causa do poder que elas possuem. E quando aliadas à imagens... Imaginar o efeito é tarefa dos deuses. Sucesso o muro foi feito para os que não sabem abrir trilhas. Se escolheu uma "bandeira" desfralde-a com imponência, o mundo pertence aos decididos!

Anônimo disse...

Esqueci de colocar um ponto após a palavra "sucesso". Em tempo: Sucesso.O muro...