quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Justiça cega

Cada vez mais fico impressionada com a justiça brasileira. De como seu símbolo, um ser de olhos vendados, lhe cai como uma luva e dá margem a tentas interpretações que não a original. Fico me questionando se a idéia de tratar a todos igualmente, sem ver quem é, já funcionou em algum momento.

Na mesma semana em que uma amiga teve a audiência que trata a guarda de sua filha adiada mais uma vez, banqueiros e empresários são soltos, depois de comprovadas denúncias de fraude, tentativa de suborno e corrupção. No caso da minha amiga, a juíza alegou que se atrapalhou com o horário da audiência e simplesmente foi embora. Deixou a todos nós lá, aguardando. O processo rola há dois anos. A criatura já nem se aborrece mais com as falhas: a intimação não foi entregue ao pai da criança porque não encontraram o endereço, a intimação não foi entregue porque o oficial ia de ônibus e não tinha dinheiro pra passagem. Sem contar com a advogada dela que ajuda mais a outra parte que ela mesma. Olha, poderia enumerar muitos pontos desse caso específico.

Então penso que as coisas são bem piores porque ela não é a primeira a passar essa situação e, infelizmente, não será a última (muito menos a única!). Temos mais uma rodada essa semana. Não sei se esse já é o desfecho da novela, mas estamos confiantes. E o que mais nos resta a não ser acreditar?

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