terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Prima pobre, primo rico II: a insanidade das farras

E é batata! É só o que rola na pauta dos noticiários: Estamos próximo ao “maior carnaval de rua do planeta”. É isso e matérias correlatas. Não aguento. É um castigo ver TV esses dias. E só vai piorar, tenho consciência disso. Talvez nem seja a festa em si que me incomode. As pessoas se apertam, se endividam, se acabam o ano todo em troca de seis dias de fantasia! Viva a quem tem dinheiro, podem pensar alguns. Acompanhando uma das trocentas matérias veiculadas semana passada, a repórter dava os números: para sair em um dos blocos do Chiclete com Banana, um dos mais procurados em Salvador, o folião insano desembolsa mais de R$ 900,00. Pensa que é pra todos os dias? São 3 dias somente... E, pra eu ficar ainda mais indignada, no dia da reportagem já haviam vendido mais de 95% dos abadás. Se considerar que a banda tem uns três blocos, então...

E pra não sair da animação das festas, acompanhando lance a lance a movimentação para a Copa de 2014... As vagas de trabalho justificam mesmo essa correria? Acho que é energia e dinheiro público gastos com supérfluos. O que não falta é escola, postos de saúde, delegacias pra investir seja na construção, seja na melhoria. Esse movimento para mim é igual compra de mês de supermercado: você compra um pacote de biscoito recheado em vez de arroz e feijão. Aquele te enche, sacia momentaneamente, engana sua fome e pior, não alimenta. A velha - e boa - dupla conhecida em nossa mesa é um pouco mais cara, o preparo é mais trabalhoso, mas o resultado compensa em sabor e valor nutricional.

Tudo bem, também gosto de futebol, sou “sofredora” do Esporte Clube Bahia. Ainda que se diga que os gastos serão compartilhados, não é tão difícil encontrar em que investir os cerca de R$ 1,5 bilhões, segundo comentários dos bastidores. E a Fonte Nova? Se era pra ser reformada por que não antes da tragédia de dois anos atrás? Como diria minha sábia mãe “e quem morreu foi que perdeu a vida...!”

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