quinta-feira, 19 de março de 2009

É possível

Sabe quando você encontra aquela figura que te faz viajar pra longe? A química é boa, o papo é divertido, mas a relação é puramente de pele. E isso tem que ficar claro para ambas as partes envolvidas. Tive um caso desses há alguns anos. Foi bom, muito bom mesmo. Nos demos muito bem por uns dois anos. Filmes, shows, peças, almoços preparados por ele nos finais de semana.

E quem diria que foi justamente o envolvimento que estragou tudo. Quero dizer, começamos a nos ver tanto e dar tanta importância a companhia um do outro que acabou virando um pseudo namoro. De repente estava sendo apresentada a irmãos, filho, mãe do filho – ex esposa, portanto –, e aquilo foi me sufocando. Do outro lado, começaram a acontecer outros encontros, novas pessoas. Passamos a nos ver cada vez menos até que perdemos o contato de vez.

Esses dias reencontrei a criatura. Deu aquele friozinho na espinha e foi impossível não trazer à memória nossa relação epitelial. Foi bom, mas percebemos que temos outras prioridades agora. Como diz uma canção do Chiclete “a fila andou...”. Ainda assim, lembrei de uma das canções que dançamos numa dessas noites loucas qualquer. E como nos identificamos!


Tá Combinado

Então tá combinado, é quase nada

É tudo somente sexo e amizade.
Não tem nenhum engano nem mistério.
É tudo só brincadeira e verdade.
Podemos ver o mundo juntos,
Sermos dois e sermos muitos,
Nos sabermos sós sem estarmos sós...

Abrirmos a cabeça
Para que afinal floresça
O mais que humano em nós.

Então tá tudo dito e é tão bonito
E eu acredito num claro futuro de música, ternura e aventura
Pro equilibrista em cima do muro.

Mas e se o amor pra nós chegar,
De nós, de algum lugar
Com todo o seu tenebroso esplendor?
Mas e se o amor já está, se há muito tempo que chegou
E só nos enganou?

Então não fale nada, apague a estrada
Que seu caminhar já desenhou
Porque toda razão, toda palavra
Vale nada quando chega o amor...

Caetano Veloso

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